O poder autárquico e os partidos do sistema escondem e
silenciam o assunto da barragem de Fridão
Já passaram 9 meses desde que PCTP/MRPP exigiu que se debatesse a construção da barragem do Fridão, tempo suficiente para o PCTP/MRPP vir denunciar que só o presidente da Junta de Freguesia de Fridão e o deputado municipal de Amarante, Dr. José Queirós, ousaram assumir publicamente a sua oposição à barragem. Igualmente vem denunciar que os autarcas, as assembleias municipais e os partidos do sistema não tomaram uma posição pública e evitaram os debates, o que significa que o seu objectivo é silenciarem o assunto para impedirem que as populações conheçam a dimensão dos problemas e as consequências com que se vão deparar, impedindo-as de tomarem a consciência de se organizarem e lutarem. Com mais esta realidade podem as populações prepararem-se que um dia vão acordar com mais um pesadêlo...
A táctica dos ditos senhores é a mesma que usaram no processo desastroso da linha do Tâmega: não admira que estejam unidos e escondam o assunto porque o governo lhes acena com milhões de euros, com receitas da produção de energia e até com chuva de promessas de contrapartidas do estilo da variante do Tâmega. Quando tiverem tudo acertado e os factos consumados, virão carpir a choradeira hipócrita do costume, com os revisionistas do PCP e os bloqueiros a apelarem ao povo para que se associe à comédia das viagens da ilusão à Assembleia da República. Aliás, estes partidos são a solução mágica do sistema para continuar a enganar, a iludir e a acorrentar o povo português. Senão vejamos: em 2006 estiveram na rua numa só manifestação 150 mil trabalhadores a exigir o derrube do governo, mas o senhor Carvalho da Silva, o PCP e o Bloco de Esquerda proclamaram que, em vez da Greve Geral para o derrube do governo que os trabalhadores exigiam, a forma de luta seguinte devia ser um “Protesto Geral” a pedir ao governo para mudar de política; depois, já este ano, veio a humilhação do governo aos professores e, quando a luta estava imparável, foram os sindicatos a correr salvar a pele do governo com os acordos de traição aos professores; depois de desmobilizarem os trabalhadores levaram ao parlamento as moções de censura. Foi nesse mesmo local, o parlamento, que, em 2003, todos os partidos da direita aos da dita esquerda votaram a lei dos partidos que visava ilegalizar e eliminar da vida política o PCTP/MRPP e restantes partidos não representados no parlamento.
Não lhes basta a imprensa nacional e local ignorar a existência do PCTP/MRPP e silenciar a sua actividade e luta em prol das populações, querem um sistema perfeito sem opiniões nem ideias contra o sistema. Por isso já não espanta o silêncio cínico, os concensos e a unanimidade dos partidos do sistema e do poder autárquico em decisões que são um desastre para as populações, como o encerramento da linha, o aterro e a barragem, nem é estranho que as Assembleias Municipais de Basto estejam ausentes do problema da barragem e que Armindo Abreu governe a câmara de Amarante em minoria porque a oposição tem o mesmo interesse em silenciar assuntos como a linha e a barragem. O melhor exemplo é o Bloco de Esquerda que se comportou como um moço de recados de Armindo Abreu votando na Assembleia Municipal ao lado do PS e rejeitando a proposta do Doutor José Queirós que classificava o rio Tâmega reserva natural e, depois, agendando um ponto para a discussão da barragem e faltando à reunião. Porque todos ajudam à festa, vemos o autarca Armindo Abreu a usar o seu comportamento agressivo e insultuoso com quem se atreve a ir á Assembleia contestar a construção da barragem. Foi assim com o Doutor José Queirós e com o porta-voz da COAGRET, Pedro Couteiro.
Depois, o que se passou no debate da Juventude Socialista em Mondim de Basto, veio mostrar que, quando não conseguem evitar o debate, servem-se do debate para lavarem o cérebro aos cidadãos. Para isso estava lá, como orador, o presidente da câmara de Montalegre (PS) que começou a intervenção por censurar os jovens do seu partido dizendo-lhes que o assunto da barragem não diz respeito aos jovens e continuou afirmando que a construção da barragem é a oportunidade da região ir buscar todos os milhões de que precisa para resolver todos os problemas. Com o seu delírio esqueceu-se que o seu município tem várias barragens e que os vários governos não lhe deram uma única obra em contrapartida e até as verbas da EDP lhe falham. Querem fazer o povo de papalvo. Esquecem-se da vergonha da variante do Tâmega, sobre a qual lembramos à JSD, a propósito da faixa que tem à entrada de Mondim, que o não cumprimento dessa promessa é do PS mas também é do PSD pois, em 1985, quando assinaram o tal protocolo que acabou com a linha do Tâmega, estavam juntos no governo e, até hoje, nem um nem outro partido o cumpriram. O PCTP/MRPP considera as intervenções de apoio à barragem de falta de pudor e desprezo pela população a qual vai viver uma vida de submundo porque o centro de Mondim de Basto vai ficar uma espécie de ilha. As consequências são a perda de qualidade de vida com risco de doenças pela poluição das águas, a infestação de insectos, grande humidade e banco de nevoeiro contínuo.
O PCTP/MRPP alerta também para o problema que se vai colocar à região com a morte da agricultura nas áreas do vale onde se formem bancos de nevoeiro. Sendo a agricultura a única fonte de rendimentos de vastas famílias em Basto e Baixo Tâmega, o que se prevê é que a região se afunde ainda mais no desemprego e no seu estado de depressão e pobreza extrema. O PCTP/MRPP responsabiliza o poder autárquico e os partidos do sistema pelas consequências e problemas que se vão deparar às populações e ao futuro da região e, obviamente, pergunta se não os preocupa que há vinte anos atrás o estudo de impacto ambiental inviabilizava a construção de barragens no rio Tâmega pela sensibilidade e vulnerabilidade da zona a acções sísmicas, como também perguntamos se, pelo grau de preocupação que o assunto impõe, não deveriam questionar o governo de que se deveria proteger a segurança e a qualidade de vida das populações optando por barragens mais pequenas. O PCTP/MRPP apela às populações para manterem o princípio da solidariedade em todo o vale do Tâmega porque os problemas são comuns e a barragem traz danos colaterais que afectam todas as populações de Chaves a Marco de Canavezes, a luta é o único caminho, porque é na luta que nos batemos contra estas políticas e se aspira a uma vida melhor. É pois necessário que os cidadãos ganhem coragem para o exercício da plena cidadania, falando com autonomia e pela sua voz, libertando as amarras e a sua dependência daqueles partidos que apenas se servem dos cidadãos para se instalarem e se governarem. O nosso partido saúda o surgimento de iniciativas como uma petição que está na internete no blogue “
Por Amarante, sem barragens” e apela a todos os cidadãos que subscrevam a petição.
EXIGIMOS SEGURANÇA, QUALIDADE DE VIDA E BEM ESTAR PARA O POVO!
OUSEMOS LUTAR, OUSEMOS VENCER! O POVO VENCERÁ!
Julho de 2008
O núcleo de simpatizantes e militantes
do PCTP/MRPP do Vale do Tâmega